Uma das maiores ofensivas da história contra o Comando Vermelho (CV) está em andamento no Rio de Janeiro, com foco em desarticular a facção e suas principais lideranças. Entre os alvos da ação está o traficante baiano, Anderson Souza de Jesus, conhecido como Buel, Cris ou Esquerdinha, considerado um dos principais chefes do CV na Bahia, com atuação consolidada no Complexo Tancredo Neves, em Salvador. De acordo com fontes da Polícia do Rio de Janeiro ouvidas pelo Portal A TARDE, durante a operação, um dos seguranças de ‘Buel’ foi alcançado pelas autoridades
Segundo investigações do Denarc, Buel estaria no Rio de Janeiro, escondido no Complexo do Alemão e é considerado o principal fornecedor de armas para membros da facção em Salvador e Região Metropolitana. Ele domina a venda de drogas em diversas localidades da capital baiana e é apontado como mandante de dezenas de homicídios. Por isso, é considerado o alvo de maior prioridade pela polícia baiana, com ações coordenadas junto às forças do Rio de Janeiro.
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Anderson Souza de Jesus, conhecido como Buel, Cris ou Esquerdinha
Buel ocupa atualmente a carta de ‘Rei de Copas’ do Baralho do Crime da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).
Morte de Matuê marca ofensiva contra a facção
Entre os mortos está Ygor Freitas de Andrade, o Matuê, apontado como chefe do tráfico na Gardênia Azul e na Chacrinha. Contra ele havia três mandados de prisão em aberto. Matuê também coordenava invasões do CV às comunidades da região e era investigado por disparar o tiro que matou o policial civil José Antônio Lourenço, em maio. Ele teria participado ainda do confronto de agosto que deixou seis mortos.

Ygor Freitas de Andrade, o Matuê, apontado como chefe do tráfico na Gardênia Azul e na Chacrinha
Em represália à morte de Matuê, grupos criminosos atearam fogo a barricadas na Estrada da Chácara, um dos acessos à Chacrinha. A notoriedade do alvo cresceu nos últimos anos por chefiar conflitos ligados ao CV, e o sucesso da operação só foi possível graças ao trabalho de inteligência da Polícia Civil.
Operação Contenção: ações e resultados
A ofensiva mobiliza 500 agentes entre Polícia Civil e Militar, incluindo Bope, Batalhão de Choque, Core e departamentos de inteligência. As ações desta sexta-feira (10) ocorreram em 15 comunidades do Rio de Janeiro.
Balanço da operação:
- 7 mortos
- 19 presos
- 10 fuzis apreendidos
- 2 granadas apreendidas
- 11 toneladas de barricadas retiradas
Desde abril, a operação já capturou 98 criminosos e neutralizou outros 10 em confronto, reforçando o impacto na estrutura financeira, logística e operacional do Comando Vermelho.
Comunidades e locais impactados
- Bateau Mouche (Praça Seca) – Batalhão de Choque
- Chacrinha (Praça Seca) – Choque
- Cidade de Deus – Bope
- Complexo da Mangueirinha (Duque de Caxias) – 15º BPM
- Gardênia Azul – Bope
- Morro da Caixa D’Água (Quintino) – Choque
- Morro do Banco (Itanhangá) – Polícia Civil
- Morro do Dezoito (Água Santa) – 3º BPM
- Morro do Jordão (Taquara) – Choque
- Morro do Juramento (Vicente de Carvalho) – 41º BPM
- Muzema (Itanhangá) – Polícia Civil
- Pendura-Saia (Praça Seca) – Choque
- Rio das Pedras – Polícia Civil (comunidade dominada pela milícia)
- Tijuquinha (Itanhangá) – Polícia Civil
- Vila Kennedy – 14º BPM
Fonte: A Tarde