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Reino Unido amplia poderes da polícia para repressão de protestos

O Reino Unido anunciou neste domingo (5) que a polícia britânica deverá receber maiores poderes para reprimir protestos, depois que centenas de ativistas pró-palestina foram detidas em Londres por apoiarem o grupo proibido Palestine Action.

Quase 500 pessoas foram presas no sábado na Trafalgar Square, no centro de Londres, por protestarem em apoio ao grupo, de acordo com a Polícia Metropolitana de Londres.

O anúncio do Ministério ocorre depois que a polícia e os legisladores pediram aos organizadores que cancelassem o protesto “Lift the Ban” no sábado (4), poucos dias após o ataque à sinagoga de Manchester, onde duas pessoas foram mortas no Yom Kippur, o dia mais sagrado do judaísmo.

Os organizadores do protesto, Defend Our Juries, rejeitaram esses apelos, dizendo que “cancelar protestos pacíficos permite que o terror vença”.

Ativistas judeus estavam entre as 493 pessoas presas no sábado (4), incluindo Elizabeth Morley, uma mulher de 79 anos, filha de um sobrevivente do Holocausto que foi presa pela terceira vez, e um judeu de 79 anos com uma doença terminal, disseram os organizadores.

Como a maioria dos outros manifestantes presos, os ativistas judeus carregavam cartazes que diziam: “Eu me oponho ao genocídio, eu apoio a Ação Palestina”.

A reverenda Sue Parfitt, de 83 anos, uma sacerdotisa anglicana, também estava entre os presos pela terceira vez no sábado.

Um vídeo do protesto mostrou idosos e pessoas com deficiência entre os presos, incluindo um cego usando uma bengala e duas pessoas em cadeiras de rodas.

Citando as prisões em massa em seu anúncio, o Ministério do Interior disse que os poderes policiais expandidos — que serão implementados “o mais rápido possível” — permitiriam que condições extras fossem impostas ao que eles chamaram de “protestos repetidos”.

Os poderes darão aos policiais de alta patente a autoridade para proibir ou realocar protestos com base em seu “impacto cumulativo”.

Desde que a Palestine Action foi designada uma organização terrorista em julho, mais de 2 mil pessoas foram presas em manifestações semelhantes em todo o Reino Unido.

Manifestações pró-palestina

Protestos em favor do grupo palestino liderados por vários outros grupos têm ocorrido frequentemente em Londres desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e a subsequente guerra de Israel em Gaza.

Os maiores poderes para a polícia serão introduzidos por meio de um acréscimo a uma lei policial existente, a Lei de Ordem Pública, que precisará ser debatida e aprovada no parlamento antes de se tornar lei.

O Ministério do Interior disse que as novas regras, se implementadas, dariam à polícia a autoridade para “instruir os organizadores a realizar o evento em outro lugar” se “um protesto tiver ocorrido no mesmo local por semanas a fio e causado desordens repetidas”.

“Qualquer pessoa que violar as condições correrá o risco de ser presa e processada”, disse.

A proposta do governo foi recebida com duras críticas de defensores das liberdades civis e de um punhado de legisladores da oposição, muitos dos quais já criticaram a designação de terrorismo da Ação Palestina como um ataque à liberdade de expressão e alertaram que aplicar leis de terrorismo a tal grupo estabelece um precedente perigoso para os direitos de protesto.

Fonte: CNN BRASIL

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