Aliados de primeira hora, Lira e Motta passam por momento turbulento na relação –
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reagiu a crítica feita pelo seu aliado Arthur Lira (PP-AL) sobre a condução na votação de cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).
De acordo com o G1, Lira demonstrou irritação com a pena aprovada pela Casa ao psolista de suspensão de seis meses, em vez de cassação do mandato.
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“Tem que reorganizar a Casa. Está uma esculhambação”, escreveu Lira em um grupo de mensagens com os integrantes de seu partido na Câmara. Lira ainda criticou indiretamente Hugo Motta por sua atuação no comando dos trabalhos.
“PSOL representou contra o presidente Hugo na PGR”, afirmou, sobre o partido acionar a Procuradoria Geral da República (PGR) por conta da retirada à força do deputado Glauber Braga da cadeira da presidência da Casa.
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Em resposta, Motta disse que a presidência da Casa não é “ferramenta de revanchismo”. “A Presidência da Câmara não se move por conveniências individuais, nem deve servir como ferramenta de revanchismo”, declarou à GloboNews.
“Trabalhamos esta Casa com total imparcialidade, exercendo nossas responsabilidades com seriedade, equilíbrio e abertura ao diálogo. Nosso dever é garantir o pleno funcionamento das instituições, acolhendo todas as vozes do Parlamento e mantendo o respeito entre os Poderes.”, afirmou.
Lira era um dos maiores incentivadores da cassação do mandato de Glauber Braga. Reiteradas vezes, o psolista chamou publicamente Lira de “bandido” e disse que ele “sequestrava o orçamento”, uma referência ao pagamento das emendas parlamentares.
Insatisfação
A insatisfação com Hugo Motta alcançou um novo nível depois das votação que salvou os mandatos de Glauber Braga e Carla Zambelli (PL-SP).
Nos corredores da Casa já se fala em um movimento conjunto entre PT e PL para tirá-lo do posto, segundo a jornalista Andrezza Matas. Neste contexto, vale lembrar que Motta rompeu Lindberg Farias e Sóstenes Cavalcanti, líderes dos dois partidos.
Ainda segundo a publicação, o argumento para isso é que ele perdeu as condições de controlar a Casa. A prova são os sucessivos episódios de motim no plenário. O último deles, quando Braga ocupou sua cadeira, foi reprimido com violência, inclusive contra a imprensa, o que já é motivo suficiente para que Motta seja afastado, avaliam líderes.
Fonte: A Tarde