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O que é o Clan del Golfo, grupo classificado como terrorista pelos EUA?

O Clan del Golfo, uma organização criminosa colombiana, foi classificada pelos Estados Unidos como um grupo terrorista. Segundo a Polícia Nacional da Colômbia, essa é uma das “organizações criminosas transnacionais mais perigosas”.

O grupo já foi conhecido como Clan Úsuga, Los Urabeños e Autodefensas Gaitanistas de Colombia. Ele conta com ex-paramilitares entre seus líderes e surgiu após a desmobilização das AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), um grupo paramilitar de extrema direita.

A complexa estrutura do Clan del Golfo estendeu seu alcance por grande parte da Colômbia, utilizando, entre outras coisas, extorsão e milhões de dólares em receita de atividades ilegais que envolvem desde mineração ao tráfico de drogas.

Fundação do Clan del Golfo e prisão de fundador

O Clan del Golfo foi fundado em 2007 por Daniel Rendón Herrera, conhecido como Don Mario, um paramilitar do Bloco Centauros das AUC.

O criminoso foi capturado em 2009 e extraditado para os Estados Unidos em 2018. Antes de sua extradição, ele se declarou inocente. Don Mario era considerado o narcotraficante mais procurado da Colômbia.

Em novembro de 2021, após vários anos na prisão, ele se declarou culpado nos EUA de distribuição de narcóticos e apoio a um grupo terrorista, como parte de um império de cocaína avaliado em US$ 1 bilhão, segundo reportagem da Reuters.

Os promotores observaram que Don Mario enfrenta penas na Colômbia por condenações relacionadas ao tráfico de drogas, porte ilegal de armas e diversos homicídios.

Após a captura de Don Mario, Dairo Antonio Úsuga, também conhecido como Otoniel, se tornou líder da gangue.

Úsuga foi capturado em outubro de 2021 nas montanhas de Antioquia e, posteriormente, extraditado para os Estados Unidos.

Grupo criminoso opera em diversos países

Segundo informações da Polícia Nacional da Colômbia, em novembro de 2021, a presença do grupo armado se estendia a 28 países em quatro continentes, servindo tanto como rotas do narcotráfico quanto como destinos.

De acordo com as autoridades, o Clan del Golfo estava presente nos Estados Unidos, México, Honduras, Panamá, Costa Rica, República Dominicana, Brasil, Guatemala, Nicarágua, Venezuela e El Salvador.

Na Europa, opera na Bélgica, Espanha, Holanda, Alemanha, França, Portugal, Polônia, Grécia, Irlanda, Inglaterra, Itália, Albânia e Ucrânia. Na Ásia, o alcance do grupo se estende ao Irã, Emirados Árabes Unidos e China, chegando até a Austrália.

Essa gangue também mantinha alianças com grandes máfias ao redor do mundo, segundo o general Jorge Luis Vargas Valencia, então diretor-geral da Polícia Nacional da Colômbia.

No México, teria relações com os cartéis Jalisco Nova Geração e Sinaloa. Na Europa, seus contatos seriam com as máfias calabresa e siciliana, bem como com redes de narcotráfico nos Bálcãs.

“Estas últimas também responsáveis ​​pelo abastecimento de países da Ásia e, especificamente, do Oriente Médio”, afirmou o general Vargas em novembro de 2021, após a captura de Otoniel.

Negociações com o governo da Colômbia

Atualmente, há negociações no Catar entre o Clan del Golfo e o governo da Colômbia, comandado por Gustavo Petro.

As conversas fazem parte de um plano de Petro para fomentar a paz no país após seis décadas de conflito armado.

Com um possível acordo, os principais líderes do Clan del Golfo certamente cumpririam pena de prisão, disse o principal negociador do governo à Reuters.

Ele acrescentou que as autoridades buscam tornar o progresso nas negociações “irreversível”, antes que um novo governo assuma o poder em 2026.

Nos últimos anos, o Clan del Golfo tem buscado se posicionar como uma entidade política semelhante a outros grupos armados colombianos, o que lhe garantiria condições diferenciadas nas negociações de paz. De toda forma, não é considerado que o grupo tenha objetivos políticos concretos.

*com informações da CNN Espanhol e da Reuters

Fonte: CNN BRASIL

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