A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, afirmou nesta sexta-feira (12) que a transição do governo do ditador Nicolás Maduro é “irreversível”, em meio às tensões entre o país sul-americano e os Estados Unidos.
“Acredito que ficou muito claro que o conflito venezuelano é uma prioridade absoluta em termos de segurança nacional dos EUA e segurança hemisférica”, disse Machado em uma coletiva de imprensa em Oslo. “Portanto, a transição é irreversível.”
A líder da oposição venezuelana, que chegou a Oslo na quinta-feira (11) após uma complexa viagem da Venezuela para participar da cerimônia do Prêmio Nobel da Paz na capital norueguesa, afirmou que os Estados Unidos não são os únicos a se preparar para uma transição democrática no país.
“Em outras partes do mundo, já se preparam para a transição para a democracia em curso na Venezuela. Por muitos motivos, um deles é precisamente a migração. Milhões de venezuelanos foram forçados a deixar o país e agora se preparam para retornar”, disse Machado à CNN em coletiva de imprensa.
“Nosso foco principal é garantir uma transição ordenada e pacífica, em que os resultados da reconstrução do país sejam sentidos o mais rápido possível pelos venezuelanos”, acrescentou.
“Estou confiante hoje de que a grande maioria das forças armadas e da polícia venezuelanas, no momento em que a transição começar, cumprirá as ordens, diretrizes e instruções dos superiores que serão nomeados pela autoridade civil devidamente eleita pelo povo venezuelano”, concluiu Machado.
Ofensiva militar dos EUA
Durante meses, Washington tem conduzido uma campanha de pressão que incluiu o deslocamento de milhares de soldados e um grupo de ataque de porta-aviões das forças armadas americanas para o Caribe, além de repetidas ameaças do presidente americano Donald Trump contra Maduro.
Segundo fontes consultadas pela CNN, o governo Trump está elaborando planos para o dia seguinte à deposição de Maduro.
Os planos incluem diversas opções de como os Estados Unidos poderiam agir para preencher o vácuo de poder e estabilizar o país caso o líder chavista deixe o poder voluntariamente, como parte de uma saída negociada, ou seja forçado a sair após ataques americanos contra alvos dentro da Venezuela ou outras ações diretas, disseram as fontes.
Trump conversou por telefone com Maduro no final do mês passado, poucos dias antes de os EUA designarem o ditador venezuelano e seus aliados governamentais como membros de uma organização terrorista estrangeira.
Um alto funcionário da Casa Branca disse que, embora a ligação não tenha sido necessariamente conflituosa, o presidente deu uma espécie de ultimato ao seu homólogo, dizendo que era do interesse de Maduro deixar o país e que Trump pretendia continuar “destruindo” navios.
Por sua vez, Maduro descreveu a conversa com Trump como respeitosa e “cordial”, mas não ofereceu detalhes sobre os assuntos discutidos.
“Se este apelo significa que estão sendo tomadas medidas em direção a um diálogo respeitoso entre os Estados, entre os países, então sejam bem-vindos ao diálogo, sejam bem-vindos à diplomacia, porque sempre buscaremos a paz”, disse Maduro.
Fonte: CNN BRASIL