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mais de 100 toneladas de resíduos em energia

Moradores de Joinville (SC) passaram a contar com uma usina que transforma parte do lixo produzido pela cidade em energia. A Unidade de Recuperação Energética (URE) Joinville Ambiental entrou em operação na terça-feira (30) e tem capacidade de processar 110 toneladas de resíduos por dia, o que representa 25% do total. Com a iniciativa, o material que antes ia parar no aterro sanitário agora poderá abastecer cerca de 7 mil residências.

Parceria entre a prefeitura de Joinville e a empresa Ambiental, responsável pela gestão de resíduos sólidos da cidade, esta é a primeira planta na América Latina voltada para a produção de combustível biossintético industrial, usado na geração de energia renovável. O complexo está instalado em uma área de 7 mil m² e envolveu o investimento de R$ 127 milhões.

“Joinville se destaca pela inovação em diversas áreas e, agora, com o funcionamento da URE Joinville Ambiental, nos tornamos referência para a América Latina ao seguirmos o que há de mais tecnológico no mundo para o processamento e tratamento de resíduos”, declarou o prefeito Adriano Silva (Novo).

Entre os benefícios da URE, destaque para a ampliação da vida útil do atual aterro sanitário em 25%, com estimativa de capacidade total de uso de até 25 anos, considerando o volume atual de resíduos urbanos coletados. Estima-se que, em 20 anos, o volume de resíduos processado pela URE Joinville Ambiental ocuparia área equivalente a 50 mil m² no aterro sanitário.

“Quanto mais resíduo sólido urbano vir aqui para a usina, maior a vida útil do aterro sanitário. A usina trabalha 24 horas por dia, seis dias na semana, mas a geração de energia ocorre nos sete dias da semana. Na prática, o caminhão que passa na frente da nossa casa, ao invés de ir para o aterro, vem direto para a usina, onde ocorre o processo”, explicou Holdemar Alves, diretor-presidente da Ambiental.

A unidade será capaz de gerar 2.106 MWh/mês, suficiente para abastecer o equivalente a 7 mil residências. A URE também promove a redução de 29 mil toneladas de CO² em comparação ao processamento da mesma quantidade de material em aterro sanitário.

Segundo o gerente de engenharia da Ambiental, Everton Herzer, a implantação da unidade não substitui a importância de outros programas desenvolvidos no município, como a coleta seletiva, a compostagem e a educação ambiental. “A orientação à população permanece a mesma para que os resíduos sejam corretamente separados ainda nas residências”, completou.

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Da coleta ao combustível

Os primeiros estudos para a implantação de um sistema de geração de combustível a partir do lixo iniciaram na Ambiental em 2017. Em abril de 2022, com a renovação do contrato para prestação dos serviços de coleta e tratamento de resíduos urbanos de Joinville, a prefeitura passou a incentivar que o projeto, além da produção de combustível, gerasse energia, seguindo modelos empregados em países como Alemanha, Japão, França e Dinamarca.

A matéria-prima para a operação da URE Joinville Ambiental é o lixo que não pode ser reciclado, compostado ou que não foi devidamente separado antes de ser recolhido pela coleta. São diferentes etapas até a produção do Composto Biossintético Industrial (CBSI), combustível utilizado para a produção de energia.

A URE Joinville Ambiental conta com tecnologia nacional e equipamentos fornecidos pela empresa EKT, de Novo Hamburgo (RS). (Foto: Prefeitura de Joinville/Divulgação)

Ao chegarem à Unidade de Recuperação Energética, os resíduos são armazenados em uma antessala e, posteriormente, passam por uma esteira com equipamento que abre os sacos e separa os metais automaticamente, de forma magnética. Em seguida, o volume é destinado ao triturador, que reduz o tamanho dos itens.

O próximo passo é o secador, que se aproveita do calor da caldeira para diminuir a umidade do que restou no processo. A partir daí, o resíduo passa por um reator e pelos silos, onde é transformado no Composto Biossintético Industrial (CBSI), material seco e homogeneizado que alimenta a caldeira, gerando o calor necessário para aquecer a água, produzir vapor de alta pressão e movimentar a turbina do gerador que produz energia.

A URE Joinville Ambiental conta com tecnologia nacional e equipamentos fornecidos pela empresa EKT, de Novo Hamburgo (RS). A definição técnica da planta foi feita pela equipe de engenheiros da Ambiental e da Secretaria de Infraestrutura de Joinville, após avaliação de diferentes soluções para o tratamento de resíduos disponíveis no mercado.

A usina está instalada no Parque de Educação Ambiental Bororós, espaço com 450 mil m² de área, mantido pela prefeitura de Joinville e pela Ambiental para conscientizar a população sobre o meio ambiente. O parque abrange o aterro sanitário, uma estrutura com auditório, viveiro de mudas de plantas, trilhas ecológicas e mirantes de contemplação das etapas de tratamento de resíduos sólidos e compostagem.

Raio-x da URE Joinville Ambiental

  • Tamanho da planta: 7 mil m²
  • Investimento: R$ 127 milhões
  • Capacidade produtiva: 110 toneladas/dia
  • Resíduos processados: 25% da quantidade diária gerada na cidade
  • Geração de energia: 2.106 Mwh/dia (equivale ao consumo de cerca de 7 mil residências)
  • Consumo da energia: 30% na planta e 70% fornecido à rede de distribuição
  • Ampliação da vida útil do aterro sanitário em 25%
  • Geração de energia limpa e renovável
  • Consumo próprio e fornecimento da energia ao mercado regulado
  • Redução da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) em 8 vezes, se comparado ao tratamento no aterro sanitário
  • Redução de 29 mil toneladas/ano de CO², o que equivale ao gerado por 30 mil carros.
  • Redução de 50 mil m² de ocupação no aterro sanitário, em 20 anos.

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Fonte: Gazeta do Povo

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