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Maior expectativa de vida no Brasil é registrada nos estados do Sul

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam desigualdades regionais quando se analisa a expectativa de vida no Brasil. O relatório das “Projeções da população“, revelou alta no indicador, partindo dos 76,4 anos em 2023, para 76,6 no ano passado.

“Os dados do IBGE revelam que, enquanto unidades da federação do Sul e Sudeste alcançam níveis de longevidade próximos ou superiores a 79 anos, em partes do Norte e do Nordeste esse indicador permanece abaixo de 75 anos. Essas diferenças podem estar associadas a aspectos sociais da saúde, como renda, escolaridade e acesso a serviços básicos”, explica Flávio Roberto Schüler de Oliveira, analista de Gestão em Pesquisas do IBGE.

De acordo com o instituto, a expectativa de vida indica quantos anos quem nasceu em determinado ano deve viver, levando em consideração as variáveis das condições locais, como o acesso da população à saúde, à educação, ao saneamento básico, à segurança e à alimentação adequada. O cálculo considera a distribuição etária das mortes, ajustada pela idade da população.

“Em 2022, a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico mostrou que o atendimento por rede de esgoto era de 80% dos domicílios no Sudeste, mas não atingia 25% no Norte. Em última análise, este é um fator que pode ter um alto impacto sobre a expectativa de vida”, aponta o analista.

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Desigualdades entre estados ficam em evidência com taxa de expectativa de vida

O Relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades 2025, divulgado em agosto, confirma os indicadores do IBGE. A mortalidade materna, por exemplo, caiu de 113 a cada 100 mil em 2021 para 52 por 100 mil em 2023. Norte (71) e Nordeste (59) ficaram acima da média nacional. Nordeste e Norte concentram mais mortes entre jovens, enquanto no Sul e Sudeste os óbitos se concentram em idades mais avançadas.

A violência letal contra jovens caiu de 49,7 por 100 mil em 2021 para 45,8 em 2023. Nordeste (78,1) e Norte (60,7) superam a média; Sudeste (26,0) e Sul (29,9) estão abaixo. Em 2023, 17,4% da população do Norte vivia com insegurança alimentar moderada ou grave, contra 4,7% no Sul.

“A mortalidade materna e a letalidade entre os jovens são fatores fundamentais para determinar a expectativa de vida da população. Melhorando esses fatores uma alta na longevidade é observada”, afirma Carla Beni, economista e professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

DF e estados do Sul possuem maior expectativa de vida no Brasil

O Distrito Federal lidera na média da expectativa de vida com 79,7 anos, sustentado por renda elevada, infraestrutura urbana consolidada e cobertura ampla de saúde e educação, de acordo com os indicadores do IBGE.

Santa Catarina aparece em seguida, com 78,3 anos, impulsionada por baixa violência e bons índices de escolaridade. Também se destacam Rio Grande do Norte (77,8), Minas Gerais (77,5) e Ceará (77,3).

“A tábua de mortalidade, que é quando você atinge os 60 anos, é o fator que aponta a longevidade da população. Todos os outros processos foram superados, então a análise é focada na qualidade de vida, como o acesso à saúde, alimentação, segurança, conexões sociais e outros”, afirma a economista.

Vários indicadores confirmam a maior expectativa de vida no Distrito Federal e em Santa Catarina. Um exemplo é o levantamento do Observatório Nacional de Segurança Viária que apontou o Distrito Federal como o local mais seguro para dirigir, com nota 4, à frente de Rio Grande do Sul (3,86), Goiás, Paraná, Rio de Janeiro (3,71) e São Paulo (3,57).

No Índice de Progresso Social (IPS), Santa Catarina e o Distrito Federal lideraram as pontuações. Enquanto o Distrito Federal alcançou 59,78 pontos, Santa Catarina registrou 59,17 pontos. Em índices de segurança pública, Santa Catarina tem a menor taxa de homicídios do país, com 9 mortes por 100 mil habitantes, seguida por São Paulo, com 11,2, segundo o Atlas da Violência 2025 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum de Segurança Pública.

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Ranking dos estados brasileiros com maior expectativa de vida

Os dados do IBGE apontam que a região brasileira com maior expectativa de vida é o Sul (77,3), seguida por Sudeste (76,9) e Centro-Oeste (76,8). Os cinco estados com maior taxa são:

  • Distrito Federal: 79,7 anos
  • Santa Catarina: 78,3 anos
  • Rio Grande do Norte: 77,8 anos
  • Minas Gerais: 77,5 anos
  • Ceará: 77,3 anos

Entre 2000 a 2023, a proporção de idosos no Brasil quase dobrou, de 8,7% para 15,6%, passando de 15,2 para 33 milhões de pessoas. Nesse período, a idade média subiu de 28,3 para 35,5 anos e deve chegar a 48,4 em 2070. Rio Grande do Sul (38,1), Rio de Janeiro (37,5) e Minas Gerais (37,1) têm as maiores médias, enquanto Amapá (29,3) e Roraima (28,7) estão entre as mais jovens.

Em 2023, a expectativa de vida no Brasil chegou a 76,4 anos, segundo dados do IBGE.Em 2023, a expectativa de vida no Brasil chegou a 76,4 anos, segundo dados do IBGE (Foto: Fernando Frazão/Governo do Paraná)

Norte e Nordeste concentram os estados com menores indicadores

Na outra ponta, Alagoas, Amapá e Roraima registram a menor expectativa de vida nacional, com 74,3 anos. A falta de saneamento, o acesso precário a serviços médicos, a violência e a pobreza estrutural marcam esses cenários.

Mato Grosso do Sul, Amazonas, Pernambuco e Maranhão também figuram entre os que apresentam índices mais baixos, todos abaixo de 76 anos. Projeções do IBGE indicam que o país pode alcançar 83,9 anos até 2070. No entanto, a meta depende de políticas públicas efetivas e de ações que promovam qualidade de vida duradoura.

Estados com menor expectativa de vida

Os estados que aparecem no final do ranking da expectativa de vida são os que mais enfrentam problemas como baixa cobertura de saneamento básico, dificuldades de altos índices de violência e pobreza estrutural, de acordo com o IBGE. São eles:

  • Alagoas, Amapá e Roraima: 74,3 anos
  • Mato Grosso do Sul: 75,4 anos
  • Amazonas e Pernambuco: 75,5 anos
  • Maranhão: 75,6 anos

“Em geral, essas regiões demandam investimentos urgentes em infraestrutura, educação e saúde pública, especialmente em áreas rurais e comunidades mais isoladas, onde o acesso aos serviços básicos é limitado ou inexistente”, afirma Carla Beni.

Fonte: Gazeta do Povo

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