A General Motors (GM) dá um passo decisivo na ampliação de seu portfólio de veículos elétricos no Brasil, com a inauguração da PACE (Planta Automotiva do Ceará), que iniciou oficialmente a produção nacional do Chevrolet Spark EUV, no início do mês, e confirmou a montagem do Chevrolet Captiva EV a partir de 2026.
Instalada no município de Horizonte, a unidade ocupa o antigo complexo da Troller – um galpão com mais de 30 anos que foi totalmente redimensionado para a montagem de veículos 100% elétricos – e passa a operar sob gestão da Comexport, em parceria estratégica com GM.
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Antes mesmo do início oficial da montagem do Spark EUV, a GM já havia encomendado à Comexport a produção de um segundo modelo elétrico. O Captiva EV ocupará um espaço estratégico no segmento de SUVs elétricos e será um dos pilares da estratégia da marca para escalar a eletrificação no mercado brasileiro.
A expectativa conjunta da GM e Comexport é produzir 8,8 mil veículos elétricos por ano, sendo 3 mil unidades do Captiva EV e o restante do Spark EUV. A capacidade inicial da PACE é de 10 mil unidades anuais, com margem para expansão conforme a evolução da demanda.
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Um dos diferenciais do projeto é o avanço acelerado da nacionalização. A partir do próximo ano, os modelos elétricos montados no Ceará terão 35% de conteúdo local, percentual considerado relevante para a fase inicial da eletrificação no país. A estratégia passa pela formação de um novo polo industrial no entorno da fábrica.
O presidente da Comexport, Alan Goldlust, ressaltou que a PACE foi estruturada para receber projetos industriais de última geração. “A PACE reúne condições únicas para apoiar a introdução da mobilidade elétrica no Brasil. Nossa operação no Ceará permite produzir veículos com eficiência, flexibilidade e rigor tecnológico. Estamos preparados para atender às demandas da GM e outros clientes e desenvolver competências que fortalecerão a presença do Estado em uma nova etapa da indústria automotiva”, afirmou.
Na mesma linha, o presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, destacou o caráter estratégico da decisão de produzir os novos elétricos no país. “Trazer a produção do Spark EUV e do Captiva EV para o Brasil é um passo coerente com tudo o que defendemos para a indústria nacional: competitividade, tecnologia e visão de longo prazo. O país tem capacidade, escala e talento para avançar na eletrificação, desde que os movimentos sejam responsáveis e alinhados ao estágio do mercado”, concluiu.
Produção escalonada
O Spark EUV inaugurou a linha de montagem da PACE operando no regime SKD (Semi Knock-Down), com a finalização no Brasil de kits semidesmontados fornecidos principalmente pela SAIC-GM, da China. Enquanto os processos industriais locais seguem em validação, o modelo continuará sendo importado para complementar a oferta.
As primeiras unidades nacionalizadas devem chegar às concessionárias Chevrolet entre o fim de janeiro e o início de fevereiro. No curto prazo, a prioridade será atender o mercado brasileiro. A possibilidade de exportação, especialmente para a Argentina, está no radar, mas será avaliada em um segundo momento.
A PACE recebeu R$ 400 milhões em investimentos iniciais, com previsão de mais R$ 500 milhões em pesquisa e desenvolvimento. Concebida como uma planta multimarcas, a fábrica foi totalmente redimensionada para a montagem de veículos elétricos.
Protagonismo
A operação no Ceará reforça o papel crescente do Nordeste na nova geografia da indústria automotiva brasileira, com impactos diretos na geração de empregos, no desenvolvimento regional e na formação de competências ligadas à eletrificação.
Fonte: A Tarde
