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EUA não divulgarão vídeo completo do “ataque duplo” contra barco no Caribe

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, disse nesta terça-feira (16) que não há planos para divulgar o vídeo completo e sem cortes dos ataques de 2 de setembro a um barco suspeito de tráfico de drogas no Caribe, que alimentaram preocupações sobre os planos do governo Trump para a Venezuela.

“Em consonância com a política de longa data do Departamento de Guerra e do Departamento de Defesa, é claro que não vamos divulgar ao público em geral um vídeo completo e não editado, de caráter ultrassecreto”, disse Hegseth a repórteres no Capitólio.

Rubio disse que o governo continuaria a dialogar com o Congresso, descrevendo a missão como “um grande sucesso”.

Hegseth e o Secretário de Estado Marco Rubio realizaram reuniões informativas com todos os membros do Senado e da Câmara dos Representantes, em resposta às demandas dos parlamentares por mais informações sobre uma campanha contra embarcações no Caribe e no Pacífico, que resultaram na morte de mais de 80 pessoas.

Democratas criticam reuniões informativas

As preocupações com a campanha militar dos EUA contra embarcações na costa da Venezuela, tanto por críticos quanto por apoiadores, aumentaram depois que se tornou público que o comandante responsável pela operação havia ordenado um segundo ataque que matou dois sobreviventes enquanto se agarravam aos destroços em 2 de setembro.

Grupos de direitos humanos consideraram a prática como uma violação do direito internacional.

Inicialmente, Trump disse estar aberto à divulgação do vídeo, mas posteriormente deixou a decisão para Hegseth.

Os democratas disseram que as reuniões informativas foram muito curtas e que os funcionários do governo republicano de Trump não pareceram preparados para responder às perguntas de forma completa.

“O governo chegou a esta reunião de mãos vazias”, disse o líder democrata no Senado, Chuck Schumer. “Não sabemos qual é o objetivo final. O presidente diz coisas diferentes em momentos diferentes e se contradiz”, acrescentou.

De modo geral, os republicanos elogiaram a ação de Trump, que, segundo o governo, visa combater o tráfico de drogas responsável pela morte de americanos.

Os Estados Unidos indiciaram o líder venezuelano Nicolás Maduro por acusações de narcoterrorismo em 2020, durante o primeiro mandato de Trump como presidente, e acusaram seu governo de abrigar “narcoterroristas”.

Pressão aumenta

Maduro e seu governo sempre negaram todas as acusações criminais e afirmam que os EUA buscam uma mudança de liderança para assumir o controle dos vastos recursos naturais da Venezuela, incluindo seu petróleo.

O senador republicano Lindsey Graham pediu uma mudança na liderança da Venezuela, afirmando que seria prejudicial para os EUA terem conduzido uma campanha tão longa e abrangente se o ditador venezuelano Nicolás Maduro permanecer no poder.

“Se Maduro é o que dizem que ele é, e eu acredito neles, ele precisa sair. A política dos Estados Unidos deveria ser que, quando isso terminar, ele não esteja mais no poder”, disse Graham aos repórteres.

Em entrevistas abrangentes à Vanity Fair, Susie Wiles, chefe de gabinete de Trump, afirmou que os ataques com barcos visavam pressionar Maduro.

“(Trump) quer continuar afundando barcos até que Maduro se renda”, disse Wiles, segundo um artigo publicado na terça-feira, citado pela revista.

O governo Trump tem reforçado suas forças no Caribe, incluindo o envio de um porta-aviões, navios de guerra e aeronaves F-35.

Este mês, o presidente americano divulgou sua estratégia de segurança nacional, argumentando que os EUA deveriam reviver a Doutrina Monroe do século XIX , que declarava o Hemisfério Ocidental como zona de influência de Washington.

Fonte: CNN BRASIL

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