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Escolha de arcebispa anglicana pode “inspirar” outras fés

A Igreja Anglicana da Inglaterra escolheu hoje pela primeira vez em cinco séculos uma mulher para ser a próxima líder espiritual da instituição. Sarah Mullally, de 63 anos, será a 106ª pessoa a ocupar o cargo após Justin Welby sair em meio a um escândalo relacionado a abusos sexuais.

Considerada uma progressista e criticada por alas mais conservadoras do anglicanismo, Mullally defende bênçãos da Igreja a casais do mesmo sexo e se considera uma feminista.

A escolha da nova arcebispa da Cantuária pode representar uma “inspiração” para outras igrejas e outras fés. É o que afirma o reverendo Arthur Cavalcante, Deão da Catedral da Santíssima Trindade aqui de São Paulo, da Igreja Episcopal Anglicana no Brasil (IEAB), em entrevista à CNN.

A instituição tem nove dioceses espalhadas por cidades como São Paulo, Brasília, Porto Alegre e Belém e é a única igreja com uma relação formal direta com a Igreja da Inglaterra.

Segundo o reverendo Arthur Cavalcante, a escolha de uma figura considerada progressista pode fazer “outras igrejas irmãs olharem para as suas próprias realidades, conciliarem temas realmente desafiadores para as próprias instituições”.

Ele reforça que uma mulher no episcopado traz mais força e incentiva novas vocações, abrindo portas no mundo todo. A tendência, ainda segundo o reverendo, é que a Igreja da Inglaterra ganhe um “peso mais progressista”.

Comunhão anglicana

A arcebispa da Cantuária pode ser entendida como referência de unidade global da comunidade anglicana espalhada por dezenas de países.

“É um símbolo muito importante para outras igrejas anglicanas no mundo, o que chamamos de comunhão anglicana, com mais de 80 milhões de associados”, explica ele.

Mullally, inclusive, já esteve no Brasil e a visita foi mencionada por ela no discurso após ser escolhida como arcebispa da Cantuária.

Ela veio ao país em agosto do ano passado na comemoração dos 40 anos da ordenação de mulheres da Igreja Episcopal Anglicana no Brasil.

Da esquerda para a direita: Marinez Bassotto, bispa Primaz da IEAB; Meriglei Simim, bispa da Diocese Anglicana de Pelotas; Sarah Mullally, nova arcebispa da Cantuária da Igreja Anglicana da Inglaterra; e Magda Guedes, bispa da Diocese Anglicana do Paraná • IGREJA EPISCOPAL ANGLICANA NO BRASIL (IEAB)

Diálogo interreligioso e desafios

O diálogo com outras religiões também é uma das atribuições da líder espiritual da Igreja Anglicana. O antecessor Justin Welby, por exemplo, “teve uma relação muito estreita com o papa Francisco”, destaca o reverendo Arthur.

A arcebispa, quando assumir o cargo, terá que lidar com questões desafiadoras da atualidade, como a paz no Oriente Médio, a pobreza extrema, a desigualdade de gênero e a crise climática.

A posição dela sobre os temas deve aparecer em debates no parlamento britânico, já que a arcebispa terá um assento dentro da Câmara dos Lordes, no Palácio de Westminster, em Londres.

“A nova arcebispa pega um momento muito delicado na comunhão anglicana. Será preciso conviver com conservadores e progressistas, conciliar temas difíceis e fazer costuras”, completa o reverendo brasileiro.

Fonte: CNN BRASIL

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