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Empreendedorismo: Veja dicas para setores não tradicionais no fim de ano

As festas de final de ano movimentam o varejo nacional. Entre itens decorativos para o Natal e materiais escolares às vésperas de um novo ano letivo, pequenas empresas se veem diante de um “boom” palpável na comercialização de itens tipicamente associados ao período.

Um levantamento da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) mostra que as vendas no varejo nacional devem movimentar, somente no Natal, cerca de R$ 84,9 milhões. Além disso, 33,8 milhões de pessoas planejam destinar ao menos metade do décimo-terceiro salário para a compra de presentes.

A movimentação põe à prova a capacidade de empreendedores de escalar vendas, mantendo a excelência no atendimento e, ao mesmo tempo, olhar para a fidelização. O desafio é ainda maior quando o nicho não é convencional. Afinal, como ir além da curva, comercializando produtos ou serviços que não estão associados ao final de ano?

O Mycon, fintech voltada à venda de consórcios, é um dos negócios a vivenciar essa movimentação e a estar em busca dessa resposta. A empresa tem observado uma busca crescente pelo produto no mês de dezembro, um reflexo direto da procura por organização financeira para o ano que se aproxima. 

“Diferente do varejo, onde a liquidez desse mês vira consumo imediato, no nosso caso, esse capital encontra o “efeito de ano novo”: o momento psicológico onde as pessoas tiram os projetos do papel, como  a casa nova, carro e viagens”, explica Bruno Borges, CMO do Mycon, que também defende a combinação entre a digitalização do setor e o cenário de juros altos como propulsores desse resultado.

“Existe um oceano azul na falta de conhecimento do público sobre o consórcio. Muita gente ainda acha que consórcio é só para carro ou apartamento. Nós exploramos a versatilidade da carta de crédito para desejos de lifestyle: cirurgias estéticas, intercâmbios, casamentos, eletrônicos de ponta e até motos de alta cilindrada. Conectamos o produto financeiro ao sonho de consumo do final de ano”, explica.

Esse fenômeno de fim de ano, no Mycon, se evidencia em números: o salto em contratos comercializados em dezembro de 2024 foi de 126% comparado ao mesmo mês de 2023. Para 2025, números ainda mais agressivos são esperados.

As lições do negócio

Diante disso, organizar a casa passou a ser fundamental. A fintech apostou na digitalização e automação de processos com a ajuda de inteligência artificial, especialmente no atendimento ao cliente e segmentação de jornadas, ou seja, a oferta personalizada de acordo com o momento e perfil do consumidor. Já do lado das estratégias criativas, o Mycon se valeu da educação como pilar central.

O objetivo é educar o cliente em uma jornada extensa, considerando o perfil do produto, que segue o longo prazo.

“Acreditamos na educação financeira como ferramenta de retenção e engajamento. Criamos réguas de relacionamento que “ensinam” o cliente a ser contemplado mais rápido, mantendo-o engajado e pagante”, explica.

Gestão de pessoas no centro

A TalentoTech, uma consultoria boutique focada em serviços de RH, também identificou um aumento exponencial na contratação de serviços voltados à gestão de pessoas na alta temporada.

Telma Rosseti, CEO e fundadora do negócio, reconhece isso como um resultado direto da preocupação de empresas em deixar a “casa organizada” para o início de um novo ano.

De acordo com a fundadora, esse é um movimento ainda mais evidente entre as companhias de médio porte, público-alvo da TalentoTech.

“Nos bastidores o RH vira o centro das decisões. As empresas querem entender o problema rápido e resolver também com agilidade para não repetir em 2026 os mesmos problemas de 2025. Isso dispara a procura por diagnósticos estratégicos, governança e processos de contratação mais precisos”, diz Rosseti, destacando o crescimento pontual de indústrias como o comércio e indústria no período. 

“Enquanto há picos de produção e venda, os empresários precisam revisar falhas operacionais, fechar o ano com metas atingidas, preparar o orçamento para o próximo ano, fortalecer a cultura e construir uma time forte para os novos desafios”, diz.

Se comparado a setembro, outubro e novembro de 2024, o mesmo período de 2025 registrou aumento de 50% na procura por projetos especiais de RH, como definição e cargos e salários e avaliação de desempenho; 40% nos pedidos de orçamento de recrutamento & seleção (R&S) e 35% em programas de treinamento e desenvolvimento de líderes.

“A alta de demanda no RH é comportamental: novembro e dezembro escancaram para o empresário tudo que pesou no ano, os erros de contratação, líderes despreparados, comunicação falhando, estrutura insuficiente ou inadequada. Enquanto setores sazonais surfam a data, nós surfamos o comportamento decisório”, afirma.

Para lidar com a alta demanda, a consultoria criou um modelo de diagnósticos rápidos de problemas com o uso da IA, sessões estratégicas de mentoria para empresários e um projeto de governança dentro do serviço de Gestão Estratégica de RH.

Além disso, investiu na criação de um modelo de terceirização de associados para uma divisão específica voltada à recrutamento e seleção, formada apenas por mulheres.

“A TalentoTech trata novembro e dezembro como o ‘ano novo corporativo’ das médias empresas”, afirma. Somadas as estratégias, a expectativa é também alcançar bons resultados em dezembro, com faturamento 40% maior do que em 2024.

(texto de Maria Clara Dias)

Fonte: CNN BRASIL

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