O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reforçou o recado ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de que não poderá continuar exercendo o mandato nos Estados Unidos, onde está desde março articulando com autoridades do país a defesa do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Desde que a licença de Eduardo venceu, há pouco mais de dois meses, Motta vem frisando que o regimento da Câmara não permite a atuação remota, e que não poderia abrir uma exceção ao parlamentar.
“Cumpri o regimento da Casa. É impossível exercer o mandato estando em outro país. O regimento veda isso e iremos cumpri-lo. É assim que seguirá”, afirmou em entrevista ao Valor Econômico publicada nesta segunda (6).
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Em outras entrevistas recentes, Motta reforçou a contrariedade à tentativa de Eduardo de seguir no cargo mesmo à distância. Ainda segundo o deputado, mesmo se o parlamentar for suspenso por faltas, ainda poderá recorrer de decisões do Conselho de Ética.
“É importante lembrar que cabem recursos ao plenário em decisões do Conselho de Ética. Tenho convicção de que a palavra final será do plenário da Câmara”, afirmou Motta.
As declarações de Hugo Motta o colocaram em rota de colisão com Eduardo, que afirmou recentemente que “a instituição a que pertenço não consegue garantir meus direitos”. Ele criticava o presidente da Câmara por, supostamente, não garantir suas prerrogativas constitucionais ou “pelo menos, o exercício a distância do meu mandato”.
Hugo Motta respondeu classificando a ida de Eduardo Bolsonaro aos Estados Unidos como “incompatível com o exercício parlamentar”, afirmando não haver previsão regimental para mandato à distância.
“O deputado Eduardo poderia estar contra o julgamento do Supremo, é natural discordar. Agora, quando a gente parte para a atuação em um trabalho contra o país, que prejudica empresas, nossa economia, eu não acho razoável. Acho que é uma atitude que nós temos que ter total discordância”, declarou Motta à GloboNews.
Fonte: Gazeta do Povo