José Boto, diretor do Flamengo, critica duramente a arbitragem brasileira e a CBF –
A derrota do Flamengo para o Bahia por 1 a 0, neste domingo, 5, em Salvador, foi marcada por polêmica dentro e fora de campo. Após a partida, o diretor de futebol rubro-negro, José Boto, fez duras críticas à arbitragem brasileira e levantou suspeitas sobre os critérios adotados pela CBF, especialmente após o clássico entre São Paulo e Palmeiras.
Embora o dirigente tenha reconhecido que a equipe carioca foi responsável pelo próprio revés, ao ter dois jogadores expulsos na Arena Fonte Nova, ele direcionou sua insatisfação ao árbitro Ramon Abatti Abel — que comandou o empate entre Flamengo e Cruzeiro na última quinta-feira e, dias depois, apitou a vitória palmeirense sobre o São Paulo. O resultado fez o time alviverde ultrapassar o Fla na liderança do Campeonato Brasileiro.
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“O que acontece em outros campos deixa suspeitas do que se passa por trás. O árbitro, que nos prejudicou na quinta-feira passada, teve como prêmio ir apitar o jogo do nosso rival. E fez o que fez. Alguém tem que vir falar da CBF, tem que vir falar sobre isso. Não podemos fazer mais, que é falar com eles, mostrar os lances que nos prejudicam e ver nossos principais rivais serem ajudados da forma como são. O Flamengo não pode chegar e invadir a CBF, é a CBF que tem que explicar por que os critérios são diferentes, por que o que é falta em um jogo não é falta em outro, por que o VAR não intervém quando tem que intervir. A CBF tem que explicar”, disparou Boto.
O dirigente também lembrou as críticas feitas por torcedores e dirigentes de outros clubes e afirmou que as atitudes da arbitragem “deixam dúvidas sobre o que acontece nos bastidores”. Ele destacou ainda que a diretoria rubro-negra tem tentado diálogo com a entidade máxima do futebol brasileiro.
“Falar um pouco sobre a percepção que eu tinha quando eu estava na Europa e que se falava muito da arbitragem brasileira. Eu não estava dentro e não percebia, hoje consigo perceber. Não falo dos jogadores (do Flamengo), perdemos por culpa nossa, por erros nossos, embora a expulsão tenha condicionado o jogo todo. Mas o que se passou em outros campos é vergonhoso. Nós tentamos falar com o presidente da CBF, com o presidente da comissão de arbitragem todas as semanas, mas continua igual”, afirmou.
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Questionado sobre um possível favorecimento ao Palmeiras, Boto foi direto: “Basta ver o que se passa. Não estou acusando ninguém, mas isso não me cheira bem, não acho que seja só falta de qualidade dos árbitros, porque apitam de maneiras diferentes em lugares diferentes. Sabemos que temos que melhorar e não fugimos das nossas responsabilidades, mas isso prejudica o esforço dos nossos jogadores. Temos que fazer o nosso, mas não podemos continuar sendo prejudicados e ver nossos rivais sendo beneficiados. Alguém tem que explicar. Tem que haver medidas, os árbitros que erram precisam ser castigados”.
Antes mesmo das declarações do dirigente, o técnico Filipe Luís já havia comentado a atuação da arbitragem em coletiva de imprensa. O treinador citou a diferença de critérios nas partidas envolvendo os concorrentes diretos pelo título e cobrou mais equilíbrio nas decisões dos árbitros.
“Se a diferença de erros é 80-20, claro que influencia no resultado final da competição. Esperamos que seja diferença de erros com margem muito pequena paras as duas, três equipes que estão brigando pelo título, e que o respeito seja mútuo pelo bem da competição. Todos vimos isso (pênalti não marcado contra o Palmeiras) e infelizmente tentei o máximo possível para os meus jogadores manterem a cabeça e o foco do jogo. Mas, infelizmente, tivemos uma expulsão no primeiro tempo que prejudicou o andamento da partida, um jogo que era bonito”, analisou o treinador.
Com 55 pontos — mesma pontuação do líder Palmeiras, mas com uma vitória a menos (17 a 16) —, o Flamengo caiu para a segunda colocação após 12 rodadas seguidas na ponta da tabela. O próximo compromisso do time será contra o Botafogo, no dia 15 de outubro. A diretoria estuda levar o caso à CBF.
Fonte: A Tarde