Atualmente filiado ao União Brasil, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, permanecerá no partido. Em entrevista concedida à CNN Brasil e publicada neste sábado (11), o governador negou a troca de sigla. Além disso, ele reafirmou sua pretensão de concorrer à Presidência em 2026.
A declaração ocorre em meio a um impasse entre Caiado e o senador Ciro Nogueira (PP-PI). Presidente do Progressistas, Ciro defende que apenas dois nomes poderiam ter o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para concorrer em seu lugar: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). Contudo, União Brasil e Progressistas formaram uma federação, e com isso, apenas um candidato à Presidência poderia se candidatar por ela.
Embora ainda não haja a oficialização da junção, a ameaça à sua permanência como pré-candidato levou Caiado a criticar publicamente Ciro Nogueira. “A ansiedade de Ciro Nogueira em se colocar como candidato a vice-presidente do governador Tarcísio é vergonhosa, e algo tão gritante que ele já se coloca como porta-voz do presidente Bolsonaro, o que ele não é”, declarou o governador.
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Caiado e Paulinho da Força articulam possível filiação do governador ao Solidariedade
Ciro Nogueira nega que a divergência tenha potencial para frustrar a oficialização da federação. Para ele, Caiado não possui nem apoio popular, nem apoio no próprio partido. Mas a tensão abriu caminho para que o Solidariedade, presidido pelo deputado federal Paulinho da Força (SP), entrasse no tabuleiro. Em entrevista ao Poder 360, Caiado disse que negocia com o partido. A sigla serviria, nesse sentido, como um ‘backup’, diante da possibilidade do União, já unido ao Progressistas, preferir Tarcísio ou Ratinho Júnior como candidatos.
O Solidariedade carrega o peso de ter como presidente o deputado que, ao assumir a relatoria do projeto de lei que concederia anistia aos réus do 8 de janeiro, além de Bolsonaro e outros condenados por suposta tentativa de golpe, resolveu desidratar a proposta original. Após reunião com o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-presidente Michel Temer (MDB), Paulinho anunciou que, a partir de então, o projeto seria rebatizado para “PL da dosimetria. A mudança não seria apenas de nome: a ideia seria diminuir os patamares mínimo e máximo de punição para os crimes contra a democracia, reduzindo, consequentemente, as penas para os envolvidos no 8 de janeiro. Com a nova ideia na mesa, surge a possibilidade de que o texto final não contemple Jair Bolsonaro.
O projeto está em regime de urgência, e por isso não passará pelas comissões. Basta que Paulinho apresente o texto final ao plenário, para votação, o que ainda não tem previsão para ocorrer.
Fonte: Gazeta do Povo