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O ‘Stan Lee brasileiro’ ganhou um filme — e vai tocar em cheio seu coração

Filme sobre Mauricio de Sousa é uma carta de amor à imaginação e aos sonhos infantis –

Como nas páginas dos quadrinhos, onde os personagens nunca envelhecem e as histórias recomeçam a cada edição, o cinema tenta mais uma vez transformar fantasia em vida real. Só que, no caso de ‘Mauricio de Sousa: O Filme’, o desafio é ainda maior: contar, em menos de duas horas, a história de quem criou um universo que formou leitores, inspirou artistas e ajudou a alfabetizar milhões. Mesmo com o avanço das telas e o domínio das redes sociais, é raro encontrar quem não tenha aprendido a ler com Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão.

A produção, que chega aos cinemas em 23 de outubro, é uma parceria entre a Disney e a MSP Studios e marca uma homenagem em vida ao “Stan Lee brasileiro”, como muitos definem o criador da Turma da Mônica. Dirigido por Pedro Vasconcelos, o longa narra a infância e os primeiros 40 anos do cartunista rumo ao sonho de se tornar desenhista, resgatando lembranças da avó Dita (vivida pela veterana Elizabeth Savalla) e da mãe, figuras fundamentais para a criação de personagens e temas que se tornaram ícones da cultura brasileira.

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O carismático Diego Laumar interpreta Mauricio criança e conquista o público desde os primeiros minutos. Cabe a Mauro Sousa, filho do cartunista, dar vida ao pai na fase adulta, em um papel duplamente especial, que marca também a sua estreia no mundo do cinema.

Em coletiva de imprensa da qual o Cineinsite A TARDE participou, Mauro definiu a experiência como sendo “a mais intensa e emocionante” da sua vida. Ele explicou que a gravação do filme aconteceu há três anos. “Estou num momento muito especial de expectativa e felicidade, principalmente por coincidir com os 90 anos do meu pai”, afirmou o ator.

O diretor Pedro Vasconcelos destacou o propósito da obra: “Isso é um sonho sonhado e realizado. Quando eu falei com o Mauricio pela primeira vez, minha motivação era essa: o Brasil precisa conhecer sua história. A gente sabe sobre o seu trabalho, mas não sobre a sua vida. Ele é muito importante para esse país”.

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| Foto: Divulgação

Com atuações caricatas e ritmo leve, o longa segue o ‘Turma da Mônicaverso’ de ‘Laços’, ‘Lições’, ‘Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa’ e ‘Turma da Mônica: Origens’, tendo a “cara da Turma da Mônica”, o que pode agradar aos fãs mais nostálgicos e infantis, mas também dividir opiniões entre quem esperava uma cinebiografia mais realista. A escolha de fazer o próprio Mauricio narrar seus pensamentos reforça o tom lúdico e autobiográfico da produção.

Logo nas cenas iniciais, o público é presenteado com easter eggs e referências aos personagens que marcaram os gibis, além de uma direção de arte que mistura elementos gráficos das revistas com a narrativa cinematográfica. A trilha sonora, embalada por clássicos doces da MPB como ‘Aquarela’ e ‘O Trenzinho do Caipira’, cria uma atmosfera de pureza na produção.

No entanto, o espectador pode ficar com a sensação de um roteiro que corre demais e, infelizmente, sacrifica conflitos e reduz figuras históricas, como Ziraldo, a breves aparições. A criação da personagem-mor, Mônica, também surge de forma apressada.

A presença do próprio filho, Mauro Sousa, no papel do pai, traz emoção genuína e uma verossimilhança reconfortante. Em sua estreia no cinema, o ator cumpre o que se esperava – entrega um retrato afetuoso e cheio de ternura -, ainda que o tom excessivamente leve construa um herói sorridente demais para quem enfrentou um mercado que, por vezes, o boicotou.

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A caneta que inspira

Mauricio e avó Dita em cena no cinema

Mauricio e avó Dita em cena no cinema | Foto: Divulgação

Mais do que recontar a história de um artista, o filme celebra a persistência e o poder do sonho.

“O filme inspira qualquer pessoa que carrega um sonho no coração”, resume Vasconcelos. “Quando alguém decide viver seu sonho, impacta a própria vida e a de milhares de pessoas”, completa. Mauro concordou: “Ser artista no Brasil é difícil, mas o Mauricio acreditou no talento dele. Ele se fez. É um exemplo inspirador de artista brasileiro que se tornou um dos maiores nomes da nossa cultura”.

Mauricio de Sousa: O Filme é, acima de tudo, uma homenagem sincera a um menino que lia Flash Gordon e Shazam e acabou criando o universo mais brasileiro dos quadrinhos. Para quem busca leveza e nostalgia, vale o ingresso. Embora tenha a Turma da Mônica como pano de fundo, o longa deve emocionar muito mais os adultos, especialmente aqueles que cresceram com os gibis e agora veem sua própria infância refletida na tela. Afinal, é sempre bom revisitar o menino ou a menina que um dia fomos: aquele que sonhava, desenhava e criava mundos inteiros com lápis de cor e páginas em branco.

Imagem ilustrativa da imagem O 'Stan Lee brasileiro' ganhou um filme — e vai tocar em cheio seu coração

| Foto: Divulgação



Fonte: A Tarde

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