A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou não ter planos de disputar cargos eletivos no momento. Ela afastou as especulações de que poderia substituir o marido, Jair Bolsonaro, como candidata da direita nas próximas eleições.
“Posso concorrer a algo ou posso não concorrer a nada. Neste momento, não tenho planos de disputar, apesar do que alguns têm dito”, declarou Michelle, em entrevista à agência Reuters.
O ex-presidente foi condenado a 27 anos de prisão por participação em um suposto plano para reverter o resultado das eleições de 2022. Segundo ela, a rotina da família foi “profundamente abalada” desde que o ex-presidente passou a cumprir prisão domiciliar, há dois meses, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Michelle afirmou que as medidas cautelares impostas pela Corte deixaram Bolsonaro “desconectado” e com a saúde debilitada.
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“Essas medidas reduziram sua imunidade e pioraram sua saúde, exigindo mais dedicação da minha parte ao processo de recuperação”, disse. “Temo que sua condição piore ainda mais em um ambiente prisional.”
Michelle pede anistia
Assim como aliados do ex-presidente, Michelle defende uma anistia para Bolsonaro e outros condenados na Justiça na trama do golpe.
Aos 43 anos, segundo a agência Reuters, Michelle é uma das figuras mais populares do bolsonarismo, à frente inclusive dos filhos do ex-presidente que atuam como parlamentares. Ligada a pautas religiosas e conservadoras, ela afirma que uma eventual candidatura dependeria do “bem-estar da família” e da “vontade de Deus”.
“Qualquer decisão exigirá o bem-estar e a integridade da minha família, o mútuo acordo com meu marido e, acima de tudo, a manifestação da vontade de Deus na minha vida”, declarou.
Michelle também criticou o debate sobre uma possível sucessão de Bolsonaro para a disputa presidencial de 2026 e negou qualquer articulação política com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apontado por aliados como potencial candidato da direita.
“Nunca tratei de assuntos eleitorais com o governador Tarcísio. O maior nome da direita brasileira é meu marido, Jair Bolsonaro”, afirmou.
A ex-primeira-dama ainda relatou dificuldades vividas pela família sob vigilância federal, comparando a situação ao que Bolsonaro já chamou de “humilhação” em entrevista anterior.
“Não dá para dizer que está tudo bem quando, por exemplo, o carro que leva minha filha à escola é revistado toda vez que ela sai ou volta para casa”, contou. “Tenho me esforçado para que ela não sofra ainda mais em meio a tantas humilhações.”
Fonte: Gazeta do Povo