A Petrobras perdeu cerca de R$ 1,16 bilhão na venda de 90% da Nova Transportadora do Sudeste (NTS), empresa responsável por parte da infraestrutura de transporte de gás natural no Sudeste. O Tribunal de Contas da União divulgou a conclusão nesta segunda-feira, 8.
Segundo a análise, foram encontradas falhas de modelagem econômico-financeira e problemas no cálculo de tarifas. Além disso, a estatal assumiu integralmente o risco cambial durante a operação, reduzindo substancialmente o valor final recebido.
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De acordo com o TCU, a venda resultou na perda bilionária causada por decisões técnicas inadequadas, levantando preocupações sobre governança e gestão de ativos estratégicos da estatal.
Taxa de conversão cambial irregular
O Tibrunal identificou ainda, problemas relacionados à estruturação da operação. Entre eles, a adoção de uma taxa de conversão cambial fixa, vinculada a R$ 3,35 por dólar, definida em 2016.
A venda foi paga ao longo do tempo, no entanto, a Petrobras optou por manter a taxa fixa, mesmo com a valorização do dólar, o que reduziu o valor final recebido.
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Além do câmbio, o TCU observou premissas frágeis na avaliação de empresas da NTS, como a tarifa de transporte usada na modelagem, que ainda não tinha sido aprovada pela ANP na época da negociação.
Na prática, o valor estimado da empresa se baseou em projeções que não tinham validação regulatória naquele momento, o que reduziu artificialmente o preço pago pelos compradores.
Taxas de descontos
O texto também aponta inconsistências em taxas de desconto utilizadas, ausência de revisões técnicas independentes e adoção de metodologias divergentes das aprovadas internamente pela estatal.
Assim, o conjunto dos fatores levou o Tribunal a concluir que a operação não gerou retorno adequado ao patrimônio público.
Venda era considerada estratégica
Na época, a venda da NTS foi considerada estratégica para a Petrobras, porque era um momento de amplo programa de desinvestimentos da Petrobras. A estatal buscava reduzir sua dívida, aumentar liquidez e se concentrar em áreas consideradas essenciais, como exploração e produção de petróleo.
Fonte: A Tarde