O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ampliou os ataques à oposição e ameaçou prender JB Pritzker, governador de Illinois, e Brandon Johnson, prefeito de Chicago – ambos do partido Democrata.
Em postagem nas redes sociais, Trump afirmou que ambos “falharam ao proteger autoridades do ICE (agência de imigração)” e, por isso, deveriam ser detidos. A acusação, feita sem provas, chega poucos dias da Casa Branca enviar tropas da Guarda Nacional para Chicago, a terceira maior cidade dos EUA.
A ida dos militares à região teria o objetivo, de acordo com a administração, de combater a criminalidade e proteger as autoridades e bases do ICE, que são alvos de protestos. No entanto, crimes violentos estão em queda na cidade na comparação com o ano passado, segundo dados do município.
Tanto Pritzker, quanto Johnson se opuseram de imediato à decisão de Trump, dizendo que seria apenas uma “forma de controle”.
“Bem, você sabe, primeiro de tudo, esse presidente é instável, desequilibrado, uma pessoa inconstante que, francamente, é uma ameaça à nossa democracia”, disse o prefeito da cidade.
A maioria dos americanos se opõe ao envio de tropas da Guarda Nacional para cidades americanas, segundo pesquisa da CBS News/YouGov. 58% dos americanos discordam das decisões de Trump, enquanto 42% concordam.
Além de Chicago, Trump já enviou tropas da Guarda Nacional para Washington D.C. e Los Angeles. Ele também ordenou que militares fossem até Portland, mas a medida foi barrada por um juiz – que foi indicado pelo próprio republicano.
Todas as cidades votaram, majoritariamente, a favor do partido Democrata nas eleições presidenciais de 2024. Em Chicago, por exemplo, a então candidata Kamala Harris venceu com 77% dos votos; na capital Washington, Harris ultrapassou os 90%.
A oposição acusa o presidente de se utilizar de instrumentos de governo, que deveriam servir aos interesses do país, para cumprir a sua própria agenda ideológica.
O apelo de Trump pela prisão das autoridades democratas e o uso da Guarda Nacional ocorrem ao mesmo tempo em que o ex-diretor do FBI, James Comey, se declarou inocente das acusações de mentir e obstruir um processo no Congresso em 2020.
A acusação contra o ex-funcionário ocorreu apenas após forte pressão de Trump no Departamento de Justiça.
Comey é adversário de longa data do republicano. Ele liderou as investigações sobre o suposto conluio entre Trump e a Rússia nas eleições de 2016.
Por isso, analistas nos Estados Unidos estão encarando o caso de Comey como o exemplo mais concreto de uma ameaça feita por Trump ainda durante a campanha: a de processar oponentes políticos caso fosse reeleito. Em relatos, Trump já adiantou que “haverá outras” denúncias a adversários e críticos.
Fonte: CNN BRASIL