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Casal é condenado por fazer filha adotiva de empregada por 20 anos na Bahia

A 1ª Turma do TRT-BA (Tribunal Regional do Trabalho da Bahia) condenou um casal de Salvador por manter uma mulher como empregada doméstica por duas décadas sob o pretexto de que ela era uma “filha de criação”. O caso foi divulgado pelo TRT-BA nessa terça-feira (7). A decisão ainda é passível de recurso.

A decisão derrubou a tese de amparo familiar, reconheceu o vínculo empregatício e fixou indenização de R$ 100 mil por danos morais à vítima, trazida de Lamarão (BA), cerca de 185 quilômetros da capital, aos seis anos.

Sob guarda do casal desde 2003, a mulher atuou em tarefas domésticas desde criança. A rotina exaustiva incluía acordar às 4h, e ir para escola era seu único “descanso”.

A vítima engravidou aos 15 anos, e foi obrigada a interromper os estudos para cuidar do bebê, o que fez com que só pudesse concluir o ensino básico aos 24 anos.

Após 20 anos de trabalho ininterrupto, a vítima foi expulsa da residência em 2020 ao questionar sua situação. O casal defendeu o tratamento de “filha”, mas a versão foi refutada por testemunhas e Ministério Público.

A relatora do caso, enfatizou que essa situação não ocorre apenas de forma isolada, mas é um reflexo de padrões mais amplos de colonialismo e escravidão que ainda permeiam a sociedade brasileira.

‘O Brasil é uma história de sucesso colonial’, lamenta Grada Kilomba

A juíza traçou um comparativo com a pesquisadora Grada Kilomba, que aos 12 anos, foi convidada para acompanhar uma família em suas férias, mas acabou realizando tarefas domésticas para o médico da família.

Segundo a magistrada, a menina negra deixou de ser reconhecida como uma criança e passou a ser considerada como um “corpo disponível para o trabalho”.

Fonte: CNN BRASIL

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