HomeBahiaBeira-Mar e Marcinho VP são alvos de megaoperação contra o CV

Beira-Mar e Marcinho VP são alvos de megaoperação contra o CV

Uma ofensiva da Polícia Civil do Rio de Janeiro atingiu nesta terça-feira, 7, o núcleo de comando do Comando Vermelho (CV), após uma investigação que durou dois anos e revelou um complexo esquema de roubo e revenda de veículos usado para financiar as atividades da facção.

A ação, considerada uma das mais importantes já realizadas contra o grupo criminoso, é conduzida por agentes da 53ª DP (Mesquita) e da 18ª DP (Praça da Bandeira), com apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol). Ao todo, foram expedidos 20 mandados de prisão preventiva pela 2ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Tribunal de Justiça do Rio.

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Entre os alvos estão líderes históricos da facção, como Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP, que mesmo presos em unidades federais continuariam controlando ações criminosas no estado. Outros nomes de peso, como Barbosinha, Abelha, Paulinhozinho e Fú, também estão entre os investigados, apontados como responsáveis pelos setores logístico e financeiro do grupo.

De acordo com as apurações, o roubo de carros e motos virou uma das principais fontes de arrecadação da facção. O esquema envolvia desde os assaltantes que agiam nas ruas até os responsáveis pela clonagem e desmanche dos veículos, que eram levados para comunidades dominadas pelo CV. Em seguida, os automóveis eram revendidos com a anuência dos chefes locais.

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Entre os presos nesta fase estão Ocimar Nunes Robert (Barbosinha) e William Sousa Guedes (Corolla), detidos no presídio Bangu 3, e Juan Roberto Figueira da Silva (Cocão), encarcerado em outra unidade do Complexo de Gericinó. Segundo os investigadores, Cocão operava como clonador profissional, com base nas comunidades Paula Ramos e do Prazeres, em Santa Teresa, chegando a pagar até R$ 5 mil por cada veículo roubado.

A polícia revelou que o grupo mantinha comunicação constante com criminosos de dentro e fora do sistema prisional, coordenando as etapas do roubo, transporte e comercialização dos veículos. As apurações somam 120 inquéritos e demonstram que a quadrilha tinha uma divisão rigorosa de tarefas, semelhante à de uma empresa.

Pela primeira vez, os investigadores aplicaram a Teoria do Domínio do Fato para responsabilizar os chefes da facção — uma ferramenta jurídica que permite condenar líderes que, embora não executem diretamente os crimes, controlam a estrutura e lucram com o resultado.

Para a Polícia Civil, a operação representa um divisor de águas no combate às facções do Rio, por romper com o padrão de impunidade que historicamente poupava as cúpulas criminosas. As equipes seguem nas ruas em busca dos foragidos e realizam o rastreamento financeiro dos valores obtidos com o esquema, com o objetivo de identificar laranjas e contas utilizadas na lavagem de dinheiro.



Fonte: A Tarde

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