Apple é investigada na França por supostamente gravar conversas com a Siri –
A Apple será investigada pelo Ministério Público de Paris por supostamente coletar e catalogar gravações indevidas de seus usuários por meio de sua assistente de voz, a Siri. O caso foi aberto por conta de uma denúncia de uma ONG francesa que se baseou no depoimento de um ex-associado da empresa. As informações foram divulgadas pelo jornal POLÍTICO nesta segunda-feira, 6.
O funcionário, Thomas Le Bonniec, trabalhou em uma empresa contratada pela Apple. De acordo com o mesmo, ele ouviu várias gravações de voz feitas pela Siri, incluindo momentos íntimos e informações confidenciais.
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O motivo desse movimento era melhorar a qualidade das respostas da assistente virtual.
A investigação liderada pela agência de crimes cibernéticos do país, a OFAC, vai buscar respostas para “questões urgentes”, disse Le Bonniec, sendo elas:
- Quantas gravações foram feitas em 2014;
- Quantas pessoas foram afetadas;
- Onde os dados estão sendo armazenados.
- Queixa antiga
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Não é a primeira vez que o ex-funcionário levou o caso às autoridades, no passado ele tentou contato com a Comissão Nacional de Tecnologia da Informação e Liberdades Civis da França e a Comissão de Proteção de Dados (DPC). Porém a DPC encerrou o caso em 2022 sem abrir investigações.
A ação tem como base um caso parecido que aconteceu nos Estados Unidos, onde a Apple foi acusada de gravar conversas privadas sem que os usuários saibam.
Em 2024 a empresa aceitou encerrar ação mediante a um pagamento de US$ 95 milhões pra clientes que adquiriram produtos da marca entre 17 de setembro de 2014 e 31 de dezembro de 2024, porém negou qualquer irregularidade.
O que a Apple diz
Em comunicado, um representante da Apple na França disse que a empresa “nunca usou dados da Siri para criar perfis de marketing, nunca os disponibilizou para publicidade e nunca os vendeu a ninguém por qualquer motivo”.
Somado a isso, em uma postagem feita em janeiro deste ano, a marca da maçã explicou que a Siri foi projetada para realizar o máximo de processamento possível diretamente do dispositivo do usuário, sem que seja preciso transferir e analisar informações pessoais nos servidores da Apple.
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“Por exemplo, quando um usuário solicita à Siri que leia mensagens não lidas ou quando a Siri fornece sugestões por meio de widgets e da busca Siri, o processamento é feito no dispositivo do usuário. O conteúdo das mensagens não é transmitido aos servidores da Apple, pois isso não é necessário para atender à solicitação.”
Porém, a empresa ponderou que não armazenaria “gravações de áudio das interações com a Siri, a menos que os usuários optem explicitamente por ajudar a melhorar a Siri e, mesmo assim, as gravações são usadas exclusivamente para esse fim”.
Fonte: A Tarde