A Dinamarca é o segundo país mais feliz do mundo, segundo o Relatório Mundial da Felicidade da ONU (2025). Além da forte segurança e infraestrutura social, o pilar que sustenta esse bem-estar é a política nacional de ensino da empatia nas escolas.
A educação dinamarquesa não vê a empatia como um mero “extra”, mas sim como uma competência essencial, valorizada tal qual o Inglês ou a Matemática. Essa competência é valorizada como uma matéria essencial e está enraizada em uma prática semanal obrigatória: o Klassens tid.
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Klassens tid: a aula semanal de resolução de conflitos e escuta atenta
O Klassens tid, que significa “Hora da Turma”, é um momento sagrado no currículo dinamarquês, dedicado ao desenvolvimento da empatia e da coesão social para estudantes de 6 a 16 anos. Presente na rotina escolar há mais de três décadas, é o espaço onde a escuta e o respeito florescem.
Durante essa reunião, os alunos são incentivados a trazer para o grupo quaisquer preocupações que tenham, sejam elas ligadas ao ambiente escolar ou à sua vida pessoal.
O objetivo não é julgar ou competir, mas sim praticar a escuta atenta e a compreensão do ponto de vista do colega. O professor atua como um facilitador, guiando a turma na busca de soluções colaborativas para os conflitos e dilemas apresentados.
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Em um contraste nítido com modelos educacionais focados no individualismo, o foco dinamarquês é coletivo e centrado no apoio mútuo.
Trabalho em equipe e cultura da melhoria contínua
A psicóloga e escritora americana Jessica Alexander, autora de O Jeito Dinamarquês de Educar os Filhos, pesquisou a fundo o tema e, em entrevista ao Adecco Group, destacou o trabalho em equipe como uma das estratégias centrais.
Colaboração acima de competição: Cerca de 60% das atividades escolares na Dinamarca são baseadas em projetos em grupo. A intenção é clara: eliminar a competição e reforçar a responsabilidade de apoiar quem demonstra mais dificuldade.
Aprendizagem colaborativa: Alunos com habilidades e conhecimentos distintos são intencionalmente agrupados. Essa diversidade garante que todos se ajudem, desenvolvam projetos em conjunto e reforcem a ideia de que ninguém progride sozinho.
Fim dos prêmios individuais: As escolas dinamarquesas evitam entregar troféus ou prêmios por desempenho acadêmico ou esportivo. Essa escolha deliberada impede a criação de um ambiente competitivo e tóxico. Em vez disso, a ênfase é colocada na cultura da melhoria contínua, onde o aluno acompanha o próprio progresso, e não o do colega.
Ao priorizar o ensino da empatia, a Dinamarca está, fundamentalmente, investindo em sua segurança social e no bem-estar de seus cidadãos. O Klassens tid e o foco na colaboração ensinam desde cedo que a felicidade individual está intrinsecamente ligada à felicidade coletiva.
Fonte: A Tarde
