Longa foi projetado na tela gigante de 325 m² –
O Open Air Brasil, evento parceiro do Grupo A TARDE, patrocinado pelo Nubank e pelo Ministério da Cultura, foi palco da pré-estreia do filme nacional ‘Malês’, nesta quarta-feira, 1º. O longa foi projetado na tela gigante de 325 m², equivalente a uma quadra de tênis.
O longa conta a história da Revolta dos Malês, uma rebelião de escravizados africanos que ocorreu em Salvador, na Bahia, no ano de 1835, no século XIX (dezenove).
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Em entrevista ao Portal A TARDE, o diretor do filme, Antônio Pitanga, falou sobre a importância de contar a história dos Malês, que, de acordo com ele, não é ensinada detalhadamente nas aulas de história das escolas brasileiras.
“Contar a história é uma ferramenta que adentra os lares, seja através do cinema, seja através da televisão, e dialoga exatamente com a história. Temos essa responsabilidade de descortinar e descobrir essa história apagada do povo brasileiro”, disse ele.
“É entender a importância dessas pessoas desde o seu movimento inicial, da história, das pessoas que fizeram história. Eu acho que essa é a importância de trazermos a história para as telas: para que possamos dialogar e mostrar que a história está aí para ser contada”, completou.
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Elenco de Malês reunido
Representatividade feminina
Intérprete da personagem lyá Nassô, a atriz baiana Edvana Carvalho afirmou que o filme não conta apenas a história dos homens que lutaram na guerra, mas sim das mulheres que tiveram uma importância significativa e não são lembradas.
“Quando a gente fala de Malês, falamos também da força feminina africana e sobre a história do Brasil. Então, estou muito feliz de fazer parte desse projeto”, disse.
“Estamos falando de mulheres que, se não fossem elas, não teríamos guardado a nossa cultura, a nossa história dentro da religião de matriz africana, que hoje temos o privilégio de contar”, completou.
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A artista também reforçou que a obra retrata o ponto de vista da comunidade negra, que sofreu e sofre até hoje as consequências da escravidão no Brasil.
“Trazer essa história do Brasil [da Revolta dos Malês], que não é contada nos livros, para as telas do cinema é poder propagar a história para muitos brasileiros. Estamos nos reeducando de novo, porque estamos começando a contar a nossa história do nosso ponto de vista, do nosso ponto de vista preto”.
“As expressões artísticas negras, afrodescendentes e indígenas são atos políticos de resistência. A nossa memória está viva através da resistência dos nossos, então temos que prolongar isso, passar a bola pra frente, pra vocês [nova geração]”, finalizou.
Legado para o cinema

Antônio e Rocco Pitanga
A estreia de Malês também deixa um legado para o cinema nacional e principalmente para a representatividade da comunidade afro brasileira. Durante a coletiva de imprensa, a atriz Samira Carvalho destacou a perpetuação da história doa escravizados brasileiros.
“Eu acho que, se tem um legado que importa e que o filme vai cumprir sua missão, é esse: a missão de levar conhecimento, educação, reconhecimento do público, da população brasileira e, principalmente, da população preta, que é tão pouco representada, dessa maneira ilustre e maravilhosa que o filme faz”, afirmou.
“Eu acho que o filme é um presente que o cinema nacional deixa para todo o público, para a história do cinema, para a história do Brasil, para a história dos maleiros. Para podermos nos reconhecer e conhecer um pouco mais sobre essa história”, completou.
Já Rocco Pitanga, um dos protagonistas da trama e filho do diretor Antônio, revelou que só conheceu a história através do roteiro do filme e ficou muito emocionado com o resultado final.
“Comecei a conhecer a história dos Malês a partir do momento em que eu comecei a ler o roteiro. Existem muitas histórias importantes que foram colocadas debaixo do tapete do Brasil e que precisamos conhecer, para entender onde começou tudo isso”, contou.
Ele ainda aproveitou para elogiar a estrutura do Open Air Brasil em Salvador. “Estou emocionado porque o filme vai ser exibido nesse evento lindo que é o Open Air. Temos um telão imenso, uma estrutura gigantesca. Mil e quinhentos convidados para assistir. Estou muito feliz”, concluiu.
Exposição do CEDOC no Open Air Brasil
A exposição do CEDOC integra a programação do Open Air Brasil, que segue até 12 de outubro no Centro de Convenções de Salvador, com filmes, shows e acesso a um site especial que reúne mais de 50 imagens e reportagens sobre o cinema feito na Bahia nos últimos 100 anos. Clique aqui e confira as imagens.
Ingressos e programação do Open Air Brasil
Os ingressos para o Open Air Brasil estão sendo vendidos na plataforma Sympla. Confira a programação completa do evento abaixo:
- Dia 30 de setembro (terça-feira): “3 Obás de Xangô” + Show de Alice Caymmi
- Dia 1º de outubro (quarta-feira): “Malês” (pré-estreia com presença do diretor e elenco) + Show de Rachel Reis
- Dia 2 de outubro (quinta-feira): “Pulp Fiction – Tempo de Violência”
- Dia 3 de outubro (sexta-feira): “Missão: Impossível – O Acerto Final” + Show da banda Herbert & Richard
- Dia 4 de outubro (sábado): “Lilo & Stitch” (live-action) + “F1 – O Filme” (sessões independentes)
- Dia 5 de outubro (domingo): “Meu Amigo Totoro” + “Thelma & Louise” (sessões independentes)
- Dia 7 de outubro (terça-feira): “Pecadores”
- Dia 8 de outubro (quarta-feira): “Uma Batalha Após a Outra”
- Dia 9 de outubro (quinta-feira): “Ó Paí, Ó” (sessão especial de 18 anos) + Show de Majur
- Dia 10 de outubro (sexta-feira): “Uma Sexta-feira Mais Louca Ainda” + Show da banda Herbert & Richard
- Dia 11 de outubro (sábado): “Como Treinar o Seu Dragão” (live-action) + “Quarteto Fantástico: Primeiros Passos” (sessões independentes)
- Dia 12 de outubro (domingo): Show da Banda Didá + “A Menina e o Pote” (curta-metragem) + “A Pequena Sereia” (live-action) (sessões independentes)
Fonte: A Tarde