O número de mortos em um terremoto de magnitude 6,9 que atingiu a região central das Filipinas subiu para 69 nesta quarta-feira (1°), informou uma autoridade responsável por desastres, enquanto agentes organizavam um esforço de resgate para encontrar sobreviventes após um dos tremores mais fortes do país em uma década.
O terremoto ocorreu na noite de terça-feira (30), horário local, na costa da ilha de Cebu, cortando o fornecimento de energia e danificando prédios. Não ficou claro quantas pessoas estavam desaparecidas.
O número de mortos era de 69 até o final da manhã desta quarta-feira, disse Jane Abapo, do escritório regional de Defesa Civil, citando dados da agência provincial de desastres, que ainda estavam sujeitos a validação.
A agência havia informado anteriormente que o número de mortos poderia chegar a 60, com 150 feridos.
O hospital na cidade de Bogo, perto do epicentro do terremoto, estava “sobrecarregado”, disse Raffy Alejandro, funcionário da Defesa Civil, a repórteres.
A guarda costeira filipina enviou um navio com dezenas de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde com destino a Bogo, enquanto o presidente Ferdinand Marcos Jr. garantiu assistência rápida aos sobreviventes, com secretários de gabinete em terra orientando as operações de socorro.
“Estamos avaliando os danos, estamos avaliando as necessidades”, disse Marcos a repórteres após distribuir ajuda em Masbate, uma ilha que se recuperava do impacto do super tufão Ragasa na semana passada.
Mariano Martinez, prefeito do município de San Remigio, próximo a Bogo, disse que havia 11 vítimas na área, e que o número de mortos deve aumentar.
“Nosso principal problema é encontrar as vítimas, identificar as pessoas que precisam de ajuda”, disse ele à rádio DZMM, acrescentando que muitas casas foram danificadas.
“Círculo de fogo”
Agências de monitoramento de terremotos estimaram a profundidade do terremoto em cerca de 10 quilômetros e registraram vários tremores secundários, o mais forte com magnitude 6. Não houve ameaça de tsunami após o terremoto.
As Filipinas ficam no “Círculo de Fogo” do Pacífico, onde atividades vulcânicas e terremotos são comuns. O país sofreu dois grandes terremotos em janeiro, sem registro de vítimas.
Em 2023, um terremoto de magnitude 6,7 no litoral matou oito pessoas.
A vice-prefeita de San Remigio, Alfie Reynes, disse que entre os mortos estavam pessoas que jogavam basquete em um complexo esportivo quando este desabou parcialmente.
Ela apelou por comida e água para os que foram mobilizados, bem como equipamentos pesados para auxiliar as equipes de busca e resgate.
“Está chovendo muito e não há eletricidade, então precisamos muito de ajuda, especialmente na parte norte, porque há escassez de água depois que as linhas de abastecimento foram danificadas pelo terremoto”, disse Reynes.
A mídia local publicou vídeos de pessoas correndo para fora de suas casas enquanto o chão tremia e prédios desabavam, incluindo uma igreja com mais de 100 anos.
Cebu, um dos destinos turísticos mais populares das Filipinas, abriga 3,4 milhões de pessoas.
O Aeroporto Internacional Mactan-Cebu, a segunda porta de entrada mais movimentada do país, permaneceu em funcionamento.
A agência sismológica filipina Phivolcs informou que cerca de 800 tremores secundários foram registrados e alertou as áreas afetadas para a ocorrência de mais tremores nos próximos dias, embora se espere que sua intensidade diminua gradualmente.
A agência relatou tremores até o sul, em Zamboanga del Norte, a 330 km de distância.
Na cidade de Pilar, o morador Archel Coraza disse que a maior parte de sua família estava dormindo quando sua casa começou a tremer violentamente.
“Eu os acordei e todos nós corremos para a rua”, disse ele à DZMM.
Fonte:CNN BRASIL